A recomendação varia de acordo com o perfil do investidor:
Agressivo: de 20% a 30% da carteira
Moderado: de 12% a 20% da carteira
Conservador: evitar esse tipo de aplicação
Ele não recomenda aplicações no exterior para quem tem perfil conservador porque as oscilações podem ser grandes e frustrar o investidor. Também aconselha quem não conhece bem esses ativos a procurar uma assessoria especializada, que vai ter condições de indicar produtos alinhados ao seu perfil.
Quem tem um perfil mais cauteloso pode aumentar a fatia aos poucos, numa estratégia de longo prazo.
Pode ser um caminho, por exemplo, para quem tem planos de morar fora do Brasil no futuro, porque você constrói seu patrimônio em moeda estrangeira.
Como em qualquer produto de renda variável, investir em aplicações atreladas a uma moeda estrangeira tem seus riscos. Para minimizar possíveis perdas, o investidor pode optar por fundos com hedge, ou seja, com uma proteção que trava a cotação do câmbio e neutraliza esse fator de risco. Com isso, a carteira estará sob a oscilação apenas do preço dos ativos, e não mais da moeda estrangeira.
O mercado de câmbio global muda o conceito com empresária pensativa em terno preto em fundo abstrato com símbolo de dólar iluminado gráfico digital
Para entender melhor o porquê investir fora do país, é preciso conhecer as vantagens de investir no exterior. Nesse sentido, as principais vantagens de investir fora do Brasil são:
Diversificação
A primeira grande vantagem de se investir no exterior é a diversificação proporcionada por esse tipo de investimento. Nesse sentido, ela faz com que o investidor não esteja dependente apenas do mercado do seu próprio país.
Por exemplo, de 2012 até 2016 a bolsa brasileira sofreu bastante, tendo caído mais de 40%. Nesse mesmo período, o dólar saiu da faixa de 1,80 e chegou até quase 4 reais.
Caso um investidor tivesse investimentos no exterior durante esses anos, ele estaria protegido do bear market brasileiro. Além disso, ganharia também com o dólar, que se valorizou quase 100% no período.
É por isso que essa diversificação geográfica é tão aconselhável. Uma vez que ela permite que haja uma redução de risco de um portfólio de investimentos.
Redução de risco
A redução de risco permita pelo investimento no exterior vem justamente do fato de ele ser uma forma de diversificação geográfica. Nesse sentido, ele ajuda a eliminar parte do risco sistemático dos investimentos, sendo que:
Risco sistemático: risco do sistema como um todo, que acabam afetando todas as empresas e tipos de investimentos. Como uma queda no PIB, no consumo, uma recessão, crise política, etc.
Risco não sistemático: risco específico de um ativo ou de um conjunto de ativos. Por exemplo, setores que possuem o risco de perderem mercado consumidor, ou setores que podem perder subsídios do governo.
Como pode ser observado, o risco não sistemático é facilmente diluído ao se investir em empresas de diferentes setores. Por outro lado, o risco sistemático atinge toda a economia, não podendo ser diversificado ao se investir dentro de um só país.
Contudo, ao investir no exterior, o investidor tem a possibilidade de diversificar esse risco sistêmico. Afinal, ele estará se expondo a uma economia diferente. Então, na hipótese de o Brasil passar por uma recessão, parte dos investimentos estarão preservados, fora do país, expostos a uma outra economia.
Vale destacar, contudo, que não é possível eliminar todo o risco não sistemático. Afinal, existem períodos em que uma crise econômica podem afetar todo o mundo. Por exemplo, a crise de 2008, que não só afetou os Estados Unidos, mas também o Brasil.
Exposição à economia mundial
Outra grande vantagem de se investir no exterior é a possibilidade de se expor a toda economia mundial, e não só à brasileira.
Isso é importante porque muitas vezes as empresas negociadas na B3, a bolsa brasileira, possuem atuação apenas interna, no Brasil. Ou seja, não são tão impactadas pelo crescimento mundial.
Contudo, investir em companhias que estão crescendo a nível mundial é bastante interessante. Afinal, dessa forma o investidor consegue se proteger de uma queda do consumo interno e se expor a um mercado consumidor muito maior – o mundial.
Por exemplo, ao investir em ações como Apple, Facebook, Google e Microsoft, o investidor se expõe a empresas que possuem grandes avenidas de investimento ao redor de todo o mundo, e não só em um único país.
Além disso, caso os Estados Unidos passe por uma nova crise financeira, como em 2009, essas empresas americanas sofrem menos do que outras que possuem apenas atuação interna. Afinal, elas podem continuar vendendo em outros país ao redor de todo o mundo menos impactados pela crise.
Potencial de retorno
Mais uma vantagem de investir no exterior é o potencial de retorno que pode ser encontrado em investimentos nas bolsas americanas.
Isso porque existem literalmente milhares de ações sendo negociadas em NYSE e Nasdaq. E não só de empresas, americanas, mas do mundo todo.
Por isso, a possibilidade de se encontrar ativos baratos, sendo negociados com uma Valuation atrativo, normalmente é maior. Isso é ainda mais relevante quando a bolsa brasileira sobe muito. Ou seja, quando existem menos oportunidades por aqui.
Então, ter a flexibilidade de investir no exterior se torna uma grande vantagem. Afinal, será possível encontrar ativos americanos sendo negociados abaixo do seu valor intrínseco, enquanto os ativos brasileiros estão supervalorizados.
Variedade de ativos
Por último, outra grande vantagem de investir no exterior é a variedade de ativos de diferentes setores que podem ser encontrados ao se investir nos Estados Unidos. Enquanto na B3 existem cerca de 400 empresas, nos EUA é possível investir em alguns milhares de ativos diferentes.
Além disso, investindo fora o investidor tem a possibilidade de investir em grandes empresas com atuação global e que estão em setores ainda não desenvolvidos no Brasil.
Por exemplo, ao comprar ações da Apple ou da Microsoft, o investidor passa a ter em sua carteira de investimentos companhias fortes no setor de tecnologia. Sendo que, na bolsa brasileira, não temos empresas como essas nesse setor.
Além do setor de tecnologia, há também o setor de entretenimento, com a Disney e o Netflix, por exemplo. Sendo que também não temos companhias com esse perfil sendo negociada na B3.
Ou seja, não só é possível ter acesso a uma variedade muito maior de empresas, mas também a setores de companhias que sequer são desenvolvidos no Brasil.